Do Portal Médico
A cegueira vista pela arte
Tobias, um judeu que habitava Naftali, na Galiléia, casou-se com Ana e teve com ela um filho, também batizado de Tobias. Certo dia, Tobias, o pai, dormia em sua casa quando sobre seus olhos caiu “coco” de pardal, incidente que o cegou. Foi um castigo por haver ele sepultado os corpos de alguns judeus, o que na época era proibido por lei. Tobias resistiu a essa provação do Senhor guardando os mandamentos divinos e sem se queixar da cegueira. Algum tempo depois, o jovem Tobias recebeu do anjo Rafael a seguinte mensagem: “Quando entrares em tua casa, aproxima-te de teu pai, beija-o e neste instante passe em seus olhos essa bile (fel) de peixe que levas contigo. Hás de saber que logo se abrirão seus olhos e verá seu pai a luz do céu, e se alegrará ao ver-te.” Ele tingiu os olhos de seu pai, esperou cerca de meia hora e então viu desprender-se dos olhos de Tobias uma catarata semelhante a uma clara de ovo. O filho limpou-lhe os olhos e de pronto seu pai recobrou a visão.
O Desjejum do Cego, O Velho Guitarrista e Celestina
Quase no final de sua “fase azul”, a mais triste na trajetória pictórica de Picasso, ele pinta Celestina (1904). Na tragicomédia Calisto e Melibea, de autoria de Fernando de Rojas, espanhol de Toledo, encenada primeiramente em 1499, Celestina é personagem importante. A ela, uma bruxa alcoviteira, recorre Calisto tentando conquistar o amor de Melibea. Quem posou para Picasso nesse papel foi sua vizinha Carlota Valdivia, do número 10 da conhecidíssima Rua La Rambla, em Barcelona.
A Parábola dos Cepos
Jesus Curando o Cedo de Jericó
O conde Tommaso Inghirani era portador de um estrabismo divergente vertical superior. Muito complexado com tamanho transtorno ocular, sempre olhava para o alto ao conversar com as pessoas, na tentativa de disfarçar seu defeito físico. O Retrato é considerado o quadro de estilo mais realista pintado por Rafael. Uma pintura igualmente marcante, pertencente à Escola Francesa e exposta no Museu do Louvre (Paris), chama-se Milton Ditando para sua Filha. Na verdade, tal cena registra o momento em que John Milton (1608-1674), que era cego, ditava para sua filha os poemas de sua criação. Um dos maiores poetas ingleses, Milton ficou cego na época em que servia, como secretário particular, a Cromwell, o líder das forcas parlamentares que lutaram com o rei Carlos II durante a Guerra Civil inglesa.