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fevereiro 22, 2013 por Andre Guímel

A cegueira vista pela arte

A cegueira vista pela arte
fevereiro 22, 2013 por Andre Guímel

Do Portal Médico

 

A cegueira vista pela arte

A doença ocular tem merecido enfoque nas artes de uma maneira geral e na pintura muito particularmente. São registrados, por exemplo, casos de cegueira, catarata e estrabismo, dentre outros. Essas doenças ou foram simplesmente retratadas por pintores ou acometeram alguns deles. É bastante comentada a influência da catarata do impressionista Claude Monet (1840-1926) em suas pinturas, assim como as distorções e alongamentos das figuras humanas pintadas por El Greco (1541-1614) em decorrência de seu acentuado astigmatismo. A cegueira, documentada em passagens da Bíblia Sagrada, serviu de excelente motivo artístico. Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669), conhecido por quem atua na área de sande por haver pintado, dentre outros quadros, A Lição deAnatomia do Dr. Tulp (1632),* registrou a cegueira em mais de uma oportunidade, como na obra Tolhias Devolve a Visão a seu Pai (1636).

 

Tobias, um judeu que habitava Naftali, na Galiléia, casou-se com Ana e teve com ela um filho, também batizado de Tobias. Certo dia, Tobias, o pai, dormia em sua casa quando sobre seus olhos caiu “coco” de pardal, incidente que o cegou. Foi um castigo por haver ele sepultado os corpos de alguns judeus, o que na época era proibido por lei. Tobias resistiu a essa provação do Senhor guardando os mandamentos divinos e sem se queixar da cegueira. Algum tempo depois, o jovem Tobias recebeu do anjo Rafael a seguinte mensagem: “Quando entrares em tua casa, aproxima-te de teu pai, beija-o e neste instante passe em seus olhos essa bile (fel) de peixe que levas contigo. Hás de saber que logo se abrirão seus olhos e verá seu pai a luz do céu, e se alegrará ao ver-te.” Ele tingiu os olhos de seu pai, esperou cerca de meia hora e então viu desprender-se dos olhos de Tobias uma catarata semelhante a uma clara de ovo. O filho limpou-lhe os olhos e de pronto seu pai recobrou a visão.

O Desjejum do Cego, O Velho Guitarrista e Celestina

Pablo Picasso (1881-1973) também usou a cegueira como motivo em algumas de suas pinturas. Dentre elas destacam-se O Desjejum do Cedo (1903), que se encontra exposta no The Metropolitan Museum de Nova York. Médicos estudiosos do quadro levantam a hipótese de a cegueira ser conseqüência de trauma ocular, haja vista que Colho fundo é sugestivo dessa condição. Outros optam pelo diagnóstico de amaurose de Leber, catarata negra ou “gota serena” A doença de Leber é uma doença óptica familiar primária que ocorre em adultos, sendo mais comum em indivíduos do sexo masculino, chamando a atenção por ser de evolução lenta. Outra pintura muito interessante de Picasso intitula-se O Velho Guitarrista, também datada de 1903.

 

 

O azul escuro usado nesse quadro expressa o desconforto do pintor frente a desgraça da doença. magreza da personagem sugere, do ponto de vista médico, ter sido o velho portador de cegueira diabética. Exposto no Instituto de Artes de Chicago, o quadro lembra as pinturas de El Greco pelo alongamento corporal maneirista e doentio do pintor. Picasso, o maior artista do século passado, inovador de estilos e técnicas, produziu mais de 20 mil trabalhos de arte. Nascido em Málaga (Espanha), somente a partir do século XX é que passou a assinar suas obras como Pablo Picasso, ou seja, preferiu usar o sobrenome “Picasso” de sua mãe, Maria Picasso y Lopez. Até então, assinava as pinturas como P. Ruiz Blasco, o sobrenome paterno.

 

Quase no final de sua “fase azul”, a mais triste na trajetória pictórica de Picasso, ele pinta Celestina (1904). Na tragicomédia Calisto e Melibea, de autoria de Fernando de Rojas, espanhol de Toledo, encenada primeiramente em 1499, Celestina é personagem importante. A ela, uma bruxa alcoviteira, recorre Calisto tentando conquistar o amor de Melibea. Quem posou para Picasso nesse papel foi sua vizinha Carlota Valdivia, do número 10 da conhecidíssima Rua La Rambla, em Barcelona.

 

 

A Parábola dos Cepos

Outra pintura famosa sobre cegueira é de autoria de Pieter Bruegel, “O Velho” (1525-1569). É dele a notável A Parábola dos Cegos (1568), na qual vê-se uma fila de cegos, de mãos dadas, tateando com bengalas o caminho a percorrer. Essa pintura é uma alusão ao Evangelho de Mateus, 15:14, que diz: “Não se preocupem com eles! São guias cegos. E, quando um cego guia o outro, os dois acabam caindo no buraco.”Estas palavras foram pronunciadas por Jesus na ocasião em que falava às multidões sobre a impureza, numa referência direta aos fariseus, que não aprovavam os ensinamentos do Messias.

 

Jesus Curando o Cedo de Jericó

O francês Nicolas Poussin (1594-1665) é o autor de uma belíssima pintura intitulada Jesus Curando o Cego de Jericó (1650). O Messias e seus apóstolos caminhavam quando viram um cego de nascença. Depois de explicar-lhes que a cegueira daquele infeliz não era um castigo pelos pecados dele ou de seus pais, Jesus “cuspiu no chão e fez barro com a saliva, e pôs este barro sobre os olhos do homem e lhe disse: ‘Vai lavar-te no reservatório de água de Siloé.’ E ele foi então e lavou-se, e voltou vendo.” (João 9:6, 7)

 

Retrato do Conde Inghirani

O desvio do eixo do olho, ou estrabismo, pode ocorrer em várias direções. Tais desvios, sejam convergentes, divergentes ou verticais, foram registrados por pintores famosos. Como exemplo, destaco Rafael Sanzio (1483-1520), com seu Retrato do Conde Inghirani (1516). Rafael, um dos grandes nomes do Renascimento italiano (como também o foram Leonardo da Vinci, Michelangelo e Ticiano), nasceu em Urbino e, apesar de ter vivido apenas 37 anos, teve uma produção pictórica bastante valiosa.

 

O conde Tommaso Inghirani era portador de um estrabismo divergente vertical superior. Muito complexado com tamanho transtorno ocular, sempre olhava para o alto ao conversar com as pessoas, na tentativa de disfarçar seu defeito físico. O Retrato é considerado o quadro de estilo mais realista pintado por Rafael. Uma pintura igualmente marcante, pertencente à Escola Francesa e exposta no Museu do Louvre (Paris), chama-se Milton Ditando para sua Filha. Na verdade, tal cena registra o momento em que John Milton (1608-1674), que era cego, ditava para sua filha os poemas de sua criação. Um dos maiores poetas ingleses, Milton ficou cego na época em que servia, como secretário particular, a Cromwell, o líder das forcas parlamentares que lutaram com o rei Carlos II durante a Guerra Civil inglesa.

 

 

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